Cuidado com as verborragias pedagógicas
Nesses tempos de pandemia e até mesmo em outros tempos, quem trabalha com tecnologias educacionais (como eu) já deve ter ouvido alguém falar:
“Eu não entendo de tecnologia, minha função é orientar pedagogicamente…” ou “Isso não é comigo, cuido da parte pedagógica…” ou alguma variação, mas sempre nesse sentido.
Chego em duas hipóteses!
A primeira parece ser uma tentativa bem frustrada de diminuir um conceito em relação ao outro, de uma suposta carga de superioridade e valor.
A segunda, que me parece mais óbvia, o desconhecimento e a inabilidade de desenvolver profissionalmente e assumir a ignorância no tema.

Alguém avisa o(a) infeliz o século que estamos e principalmente devido a pandemia, os dois termos estão estritamente ligados e quase indissociáveis. O quase fica por uma questão bem maior que seria o acesso universal as tecnologias digitais por todos…

Uma definição bem direta e objetiva de pedagogia, características não muito apreciadas de quem profere tais frases, pedagogia é uma ciência que tem como objeto de estudo a educação, o processo de ensino e a aprendizagem.
Pedagogicamente, adivinha qual o objetivo de explicar a utilização de uma aplicativo, um acesso, criar um tutorial para construção de uma atividade, orientar a produção de um vídeo.
Ok, você deve estar pensando que a ferramenta não é o fim em si do aprendizado escolar, mas o meio.

Então, deixa eu te apresentar o que diz uma competência da BNCC:
“Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) […]”
Portanto, ao ouvir isso tipo afirmação, não se preocupe, minha recomendação é a seguinte. O ignorante afirma, o sábio duvida, o sensato reflete (Aristóteles).
Não esqueça de usar a máscara… principalmente perto dessas pessoas !